CNE Comunicou Partidos e Mondlane: “Justifiquem os 21 Milhões ou Encara a Farsa”
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) lançou uma bomba política hoje: notificou 12 partidos — entre eles Renamo, MDM e PODEMOS — e o antigo candidato independente Venâncio Mondlane a comparecer e justificar o uso dos fundos enviados para a campanha eleitoral de outubro de 2024. Mondlane, segundo a notificação oficial, deve explicar a aplicação dos 21 milhões de meticais que recebeu da CNE — quantia que ele nega ter recebido.
A nota formal exige a presença dos mandatários no Departamento de Apoio Financeiro da CNE para "saneamento das irregularidades constatadas na prestação de contas", conforme regulamentação eleitoral vigente.
Por trás do protocolo, no entanto, escasseia o consenso político. Mondlane, nas suas transmissões ao vivo nas redes sociais, insiste que não recebeu os 21 milhões, sugerindo possível confusão, falha administrativa — ou algo pior: uma tentativa de encurralamento político. Ainda não apresentou documentos ou provas, apenas negativas veementes em público.
O Jogo Político
Na tensa arena pós-eleitoral moçambicana, a CNE ajusta cartes — e o nome de Mondlane está na mira. Ele emergiu como líder crítico após questionar os resultados das eleições de 2024, travar confrontos com as autoridades e até sair do país por tempo — retornou em janeiro.
Agora, está diante de um teste administrativamente duro e politicamente revelador: ou apresenta recibos, notas fiscais, relatórios, ou terá pautado seu silêncio nas redes como prova — mas isso não será suficiente para os olhos vigilantes da CNE. A dúvida se estende além: se Mondlane realmente não recebeu os recursos, quem administrou essa verba? Quem lucrou — na sua ausência — com esse dinheiro?
Clarão Sobre a Transparência
Essa notificação é mais do que um chamado formal — é uma tocha acesa na escuridão da opacidade financeira da campanha eleitoral. A CNE, que distribuiu ao todo cerca de 260 milhões de meticais entre os 37 partidos concorrentes, selecionou com lupa quem merece prestação de contas mais rigorosa.
Na mesma liga de Mondlane estão Renamo (40 milhões) e MDM (40 milhões) — cujas justificativas já foram alvo de críticas pela demora e ausência de clareza; e PODEMOS (8 milhões), alto-falante da oposição no Parlamento. Agora, todos na berlinda.
Mondlane prova com documentos que não recebeu os 21 milhões, ou prova que recebeu e aplicou corretamente. Qualquer brecha será entalada à parede política — tratamento que esse momento exige. O silêncio não será cura; será evidência. Leia Mais...
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