Moçambique ignora protocolos em cenas de crime enquanto vizinha África do Sul avança com justiça real
Em muitas zonas de Moçambique, a resposta oficial a uma cena de crime ainda se resume a galhos secos em vez de fitas de isolamento. É comum ver corpos cobertos por capulanas emprestadas por vizinhas solidárias, em vez de observados por especialistas forenses — um retrato perturbador de uma realidade onde a dignidade das vítimas e a integridade da investigação são negligenciadas desde o primeiro momento.
Enquanto na vizinha África do Sul a fita amarela demarca com clareza o “não ultrapasse”, em Moçambique o cenário é frequentemente caótico: populares circulam pelo local, misturam-se com possíveis suspeitos, pisam vestígios e especulam livremente. O que se vê não é apenas a ausência de recursos, mas sim a ausência de intenção real de investigar.
Essa falha básica na gestão de cenas de crime reflete um sistema de justiça que parece paralisado no tempo, onde não há peritos mobilizados, não há isolamento do local, e sobretudo, não há protocolos consistentes. A consequência é grave: vestígios se perdem, provas são contaminadas, e a verdade — muitas vezes — nunca vem à tona.
Paradoxalmente, o país que fornece energia à África do Sul não é capaz de iluminar suas próprias falhas institucionais. O contraste é chocante: de um lado, um Estado com respeito pelo processo criminal; do outro, uma nação que cobre sua ineficiência com improviso.
Esta não é apenas uma questão operacional — é negligência institucionalizada, e o silêncio diante disso também é uma forma de violência.
⚠️ A justiça começa no cuidado com a cena do crime. E em Moçambique, infelizmente, esse primeiro passo ainda está por dar. Leia Mais...
Fonte: Mauro Naweb
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