Anamalala Reprovado: Quando a Democracia Tem Medo da Diversidade


Anamalala Reprovado: Quando a Democracia Tem Medo da Diversidade

🛑 Anamalala Reprovado: Quando a Democracia Tem Medo da Diversidade


A recente decisão do Ministério da Justiça de rejeitar o nome “Anamalala” para o partido de Venâncio Mondlane revela mais do que uma questão técnica.

Por trás do argumento oficial — de que nomes em línguas nacionais promovem divisionismo — esconde-se uma preocupante realidade: a democracia moçambicana ainda teme a pluralidade verdadeira.

Anamalala”, que em changana significa “levanta-te” ou “acorda”, é um termo poderoso, com raízes culturais e apelo popular. Reprovar um nome assim com base na língua usada soa menos como uma defesa da unidade nacional e mais como uma tentativa de silenciar vozes que não cabem no molde do status quo.

Na prática, a mensagem que o Estado envia é clara: só quem se expressa em português pode fazer política. Isso exclui milhões de moçambicanos que pensam, sentem e se organizam a partir das suas línguas maternas. Quando a diversidade linguística é tratada como ameaça, o que está em jogo não é apenas um nome — é o direito de ser ouvido.

E mais: a forma como o caso foi conduzido levanta suspeitas legítimas sobre perseguição política. É impossível ignorar que Venâncio Mondlane tem sido uma figura incómoda para o sistema.

Reprovar o nome do seu projeto sob um argumento linguístico soa, para muitos, como um veto direcionado, não uma aplicação neutra da lei.

Se Moçambique quer de fato consolidar a sua democracia, não pode continuar a escolher quem pode ou não participar com base na língua que usa, na origem que tem ou na coragem de se levantar. Ou, como diria o próprio nome rejeitado: Anamalala! Leia Mais...

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